Postado em 25/10/2019


O Rock in Rio é um dos maiores festivais de música do mundo, com mais de três décadas de história, dezenas de edições em diversos países pelo mundo, além é claro, de ter sido palco para apresentações lendárias de algumas das bandas de rock mais épicas de todos os tempos.


  • História

Sua idealização surgiu nos longínquos anos 80, pelo empresário Roberto Medida, que teve a ideia de realizar um festival musical de proporções surreais para o cenário brasileiro da época, trazendo bandas mundialmente consagradas, sendo que muitas delas jamais tinham se apresentado no Brasil. Nascia assim um sonho megalomaníaco, que daria tão certo, que se perpetua até os dias atuais.

Antes da primeira edição do Rock in Rio, raramente grandes bandas internacionais passavam pelo país, porém o evento catapultou o Brasil para o cenário mundial da música, além de deixar um legado que favoreceu todo o subcontinente Sul Americano, que passou a ser visto como um mercado promissor pela indústria de entretenimento.  


  • Retrospectiva

Ao longo de sua história, o Rock in Rio já teve 20 edições, sendo elas:

– 8 Edições no Brasil (1985 / 1991 / 2001 / 2011 / 2013 / 2015 / 2017 / 2019)

– 8 Edições em Portugal (2004 / 2006 / 2008 / 2010 / 2012 / 2014 / 2016 / 2018)

– 3 Edições na Espanha (2010 / 2012 / 2014)

– 1 Edição nos Estados Unidos (2015)


  • 1° edição (1985 – Brasil):

A estreia do Rock in Rio ocorreu em janeiro 1985, entre os dias 11 e 20 na cidade do Rio de Janeiro, uma das razões do nome de batismo do festival. O local escolhido para realização do evento, foi uma área de 250 mil m², no bairro Jacarepaguá, nascia assim o lugar que passaria a ser conhecido como a “Cidade do Rock”. Ostentando um dos maiores palcos até então construídos, com 80 metros de boca de cena, o festival traria muitas inovações, sendo uma das mais marcantes a iluminação da plateia, algo inédito até então em festivais de música.

Muitos foram os momentos marcantes do festival, que teve chuva, lama e shows inesquecíveis, como o da banda Queen, considerado um dos melhores de todos os tempos.

Data: Entre os dias 11 e 20 de janeiro/1985

Dias de evento: 10

Público total: 1 milhão e 380 mil / Média de 138 mil pessoas por dia.

Principais shows: AC/DC – Iron Maiden – Ozzy Osbourne – Queen – Scorpions


  • 2° edição (1991 – Brasil):

Seis anos após o sucesso da primeira edição, o Rock in Rio retorna, porém desta vez em um cenário totalmente diferente, com o Estádio do Maracanã incumbido de receber o evento, pois devido a antiga cidade do rock ter sido construída em um terreno público, através de uma permissão do estado, a mesma foi demolida por ordens do então governador Leonel Brizola, após o fim do evento.

Data: Entre os dias 18 e 26 de janeiro/1991

Dias de evento: 9

Público total: 700 mil / Média de 77,7 mil pessoas por dia.

Principal show: Guns N’ Roses


  • 3° edição (2001 – Brasil):

Depois de uma longa espera de 10 anos, sendo este o maior intervalo entre edições registrado até hoje, o Rock in Rio ressurge, e volta também a sua antiga casa, a cidade do rock. Nesta edição o número de dias do festival foi reduzido para 7, formato esse que é seguido até hoje nos eventos realizados no Brasil.

A edição de 2001, ficaria marcada pelo boicote de algumas bandas nacionais. O levante foi iniciado pelo O Rappa, Cidade Negra e Raimundos, e logo após apoiados por Charlie Brown Jr., Skank e Jota Quest. São várias as razões apontadas, desde privilégios que apenas as bandas estrangeiras tinham direito, a caches não satisfatórios. Porém os verdadeiros motivos e todos os seus segredos, apenas os envolvidos carregam.

Outro fato marcante foi durante a apresentação de Carlinhos Brown, que se desentendeu com o público, e entre vaias e uma chuva de garrafas plásticas, acabou terminando o show antes da hora.

Comparando com as demais edições, tanto passadas quanto futuras, esta foi considerada uma das mais “roqueiras”, pois praticamente todos os dias tiveram a presença de ao menos uma banda do gênero.

Data: 12, 13, 14, 18, 19, 20 e 21 de janeiro de 2001.

Dias de evento: 7

Público total: 1 milhão e 235 mil / Média de 176 mil pessoas por dia.

Principais shows: Iron Maiden – Guns N’ Roses – Foo Fighters – Red Hot Chili Peppers – Neil Young


  • 4° edição (2004 – Portugal):

Ano de estreia em terras internacionais, sendo a capital portuguesa Lisboa a escolhido para receber o evento. A partir desse evento, ficou estipulado que o Rock in Rio passaria a acontecer de 2 em 2 anos, porém a partir de 2010, a fórmula foi revista, e o mesmo começou a ter edições anuais pelo mundo.

Dias de evento: 6

Público total: 386 mil / Média de 64,3 mil pessoas por dia.


  • 5° edição (2006 – Portugal):

O evento é novamente realizado em Lisboa, e desta vez com diferenças na infraestrutura, o que deixou claro aos portugueses que o Rock in Rio tinha chegado para ficar.

Dias de evento: 5

Público total: 350 mil / Média de 70 mil pessoas por dia.


  • 6° edição (2008 – Portugal):

Pela primeira vez o Rock in Rio é realizado em 2 cidades diferentes no mesmo ano, Lisboa e Madri, sendo que está última roubou a cena, ao receber pela primeira vez o evento. É nesta edição que surge o Palco Sunset, que com o passar do tempo ganharia fama, e se tornaria o segundo palco mais importante do evento, ficando atrás apenas do Palco Mundo.

Dias de evento: 5

Público total: 354 mil / Média de 70,8 mil pessoas por dia.


  • 7° edição (2008 – Espanha):

O Rock in Rio estreia em solo espanhol, sendo a capital Madri escolhida para sediar o festival.

Dias de evento: 5

Público total: 291 mil / Média de 58,2 mil pessoas por dia.


  • 8° edição (2010 – Portugal):

O formato da edição passada é mantido, e novamente Lisboa e Madri recebem o evento. A partir deste ano, o Rock in Rio passa a acontecer anualmente pelo mundo.

Dias de evento: 5

Público total: 329 mil / Média de 65,8 mil pessoas por dia.


  • 9° edição (2010 – Espanha):

Dias de evento: 5

Público total: 250 mil / Média de 50 mil pessoas por dia.


  • 10° edição (2011 – Brasil):

Depois de 10 anos longe do Brasil, o Rock in Rio retorna a seu berço natal, e desta vez para ficar, pois o mesmo passaria a acontecer de 2 em 2 anos em solo nacional.

Muitos conceitos adquiridos nos eventos realizados na Europa, foram introduzidos nesta edição, como os brinquedos temáticos por exemplo.

Data: 23, 24, 25, 29 e 30, de setembro e 01 e 02 de outubro de 2011.

Dias de evento: 7

Público total: 700 mil / Média de 100 mil pessoas por dia.

Principais shows: Coldplay – Red Hot Chili Peppers – Metallica – Guns N’ Roses


  • 11° edição (2012 – Portugal):

A partir desse ano, Portugal voltaria a ser o único país europeu a abrigar o evento.

Dias de evento: 5

Público total: 353 mil / Média de 70,6 mil pessoas por dia.


  • 12° edição (2012 – Espanha):

Esta seria a terceira e última vez que o evento seria realizado na Espanha, além disso, o festival teve duração de apenas 4 dias, um a menos que as versões anteriores. Uma coisa é certa, o Rock in Rio Madri nunca teve muito sucesso comercial, acumulando ano após ano diminuição de público.

Dias de evento: 4

Público total: 186 mil / Média de 46,5 mil pessoas por dia.


  • 13° edição (2013 – Brasil):

Nesta edição os ingressos esgotarão em poucas horas, mas vale lembrar que o número de ingressos disponibilizados baixou para apenas 85 mil por dia, ou seja, 15 mil a menos que no ano de 2011.

Data: 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro de 2013.

Dias de evento: 7

Público total: 595 mil / Média de 85 mil pessoas por dia.

Principais shows: Metallica – Iron Maiden – Bon Jovi


  • 14° edição (2014 – Portugal):

Comemoração dos 10 anos do Rock in Rio Lisboa.

Dias de evento: 5

Público total: 345 mil / Média de 69 mil pessoas por dia.


  • 15° edição (2015 – Brasil):

Comemoração dos 30 anos do Rock in Rio, e outra dobradinha, além do Rio de Janeiro, o evento desembarcou pela primeira e única vez nos EUA, com Las Vegas sediando o evento.

Data: 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro de 2015.

Dias de evento: 7

Público total: 595 mil / Média de 85 mil pessoas por dia.

Principais shows: Metallica – System of a Down


  • 16° edição (2015 – EUA):

Ainda dentro das comemorações dos 30 anos do Rock in Rio, o festival aterrissou na terra do tio Sam pela primeira vez. Las Vegas foi o palco para 4 dias de evento, porém a média de público ficou abaixo da expectativa, uma das razões da edição americana ter ficado em off desde então.   

Dias de evento: 4

Público total: 172 mil / Média de 43 mil pessoas por dia.


  • 17° edição (2016 – Portugal):

Dias de evento: 5

Público total: 329 mil / Média de 65,8 mil pessoas por dia.


  • 18° edição (2017 – Brasil):

Mudança de casa, a partir desse ano, a cidade do rock passa a ser no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, contando assim com o dobro da área das edições passadas.

Data: 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de setembro.

Dias de evento: 7

Público total: 700 mil / Média de 100 mil pessoas por dia.

Principais shows: Red Hot Chili Peppers – Aerosmith – Bon Jovi – The Who – Guns N’ Roses


  • 19° edição (2018 – Portugal):

Nesta edição o festival teve duração de apenas 4 dias, um a menos que todas as versões portuguesas anteriores.

Dias de evento: 4

Público total: 278 mil / Média de 69,5 mil pessoas por dia.


  • 20° edição (2019 – Brasil):

No quesito infraestrutura, a edição de 2019 foi a maior da história, com uma área de 385 mil m², ou seja, 60 mil m² quadrados a mais que a edição anterior. Com todo esse espaço extra, o evento ganhou outras atrações e palcos, como o Espaço Favela, o Palco Supernova e um novo e maior palco de música eletrônica, que passou a se chamar New Dance Order.  

Data: 27, 28 e 29, de setembro e 01, 02, 03 e 04 de outubro de 2019.

Dias de evento: 7

Público total: 700 mil / Média de 100 mil pessoas por dia.

Principais shows: Red Hot Chili Peppers – Iron Maiden – Scorpions


  • Bandas

O Rock in Rio já reuniu algumas das maiores bandas de rock de todos os tempos, além de artistas consagrados em outros estilos musicais. A lista das que se destacaram é grande, sendo algumas das principais apresentações nas edições brasileiras:  

– Bandas Internacionais:

AC/DC (1985)

Aerosmith (2017)

Bon Jovi (2013 / 2017 / 2019)

Coldplay (2011)

Foo Fighters (2001 / 2019)

Guns N’ Roses (1991 / 2001 / 2011 / 2017)

Iron Maiden (1985 / 2001 / 2013 / 2019)

Metallica (2011 / 2013 / 2015)

Neil Young (2001)

Ozzy Osbourne (1985)

Queen (1985)

Red Hot Chili Peppers (2001 / 2011 / 2017 / 2019)

Scorpions (1985 / 2019)

The Who (2017)

Queen – Rock in Rio 1985
Guns N’ Roses – Rock in Rio 1991
Iron Maiden – Rock in Rio 2001

Red Hot Chili Peppers – Rock in Rio 2011

– Bandas Nacionais:

Barão Vermelho (1985 / 1991 / 2001)

Biquíni Cavadão (1991 / 2001)

Capital Inicial (1991 / 2001 / 2011 / 2013 / 2017 / 2019)

Cássia Eller (2001)

Engenheiros do Hawaii (1991 / 2001)

Frejat (2011 / 2013 / 2017)

Jota Quest (2011 / 2013 / 2017)

Kid Abelha (1985 / 2001)

Os Paralamas do Sucesso (1985 / 2011 / 2015 / 2017 / 2019)

Raimundos (2019)

Sepultura (1991 / 2001 / 2011 / 2013 / 2017 / 2019)

Skank (2011 / 2013 / 2017)

Titãs (1991 / 2011 / 2017)


  • Rock in Rio em Números

  • Curiosidades
  1. Desde sua primeira edição, mais de 9,5 milhões de pessoas já passaram pelo evento, em 4 países diferentes.
  2. Durante a história do festival, mais de 2 mil artistas já se apresentaram em seus palcos.
  3. 1985 foi a edição com maior número de dias, sendo 10 ao todo.
  4. A banda AC/DC, que se apresentou em 1985, exigiu que um sino de 1 tonelada e meia que era usado em alguns shows da banda, fosse trazido ao Brasil. O sino até chegou, mas não pode ser utilizado, pois a estrutura do palco poderia não suportar o peso. Resultado, uma réplica de gesso construída às pressas deu conta do recado.
  5. Em 1991, o Guns N’ Roses estavam ascendendo ao apogeu da fama, e o vocalista Axl Rose, as maluquices, seja jogando um aparelho de telefone pela janela do quarto de hotel ou tentando entrar no hotel com 18 mulheres ao mesmo tempo.
  6. Ozzy Osbourne (1985), sempre foi meio peculiar, tanto que precisou assinar um contrato que o proibia de devorar morcegos no palco.
  7. Entre esquesitices, o cantor pop Prince, durante sua passagem em 1991, simulou sexo com o microfone, e exigiu 200 toalhas brancas, sendo que usou apenas 50.
  8. Embora o vocalista do Queen, Freddie Mercury, desse um show nos palcos, fora deles o mesmo não era lá uma pessoa tão carismática. Nos bastidores do Rock in Rio (1985), o mesmo exigiu que ninguém estivesse nos corredores do camarim enquanto ele estivesse passando, além de logo em seguida quebrar todo o seu camarim.
  9. Em 2001, o baixista da banda americana Queens of the Stone Age, Nick Oliveri, fez sua apresentação nu no palco. Entre as várias desculpas dadas por ele, uma foi que havia assistido cenas do carnaval brasileiro, e baseado no que viu, achou que fosse algo normal ficar pelado no país.
  10. Cássia Eller se apresentou na edição de 2001, e 11 meses depois, em dezembro de 2001 a cantora faleceu.
  11. As vaias eram quase uma tradição no festival. Em 1985 Erasmo Carlos, em 1991 Lobão, em 2001 Carlinhos Brown, já em 2011 foi a vez de Claudia Leitte ser hostilizada pelo público.
  12. A palavra “metaleiro”, surgiu durante o Rock in Rio de 1985, quando a Rede Globo que fazia a cobertura do evento, usou o termo para se referir aos fãs de heavy metal.
  13. A cada edição que passa, o festival apresenta uma mudança, seja no tamanho, quantidade de shows ou melhoria dos serviços. E para fazer tudo isso funcionar, é preciso literalmente um exército de colaboradores, como na edição de 2019, com mais de 20 mil pessoas envolvidas na sua realização.
  14. Na primeira edição, Roberto Medina precisou fazer um grande empréstimo bancário para contratar os artistas internacionais, inclusive dando o prédio de sete andares da sua empresa como garantia.
  15. A primeira “cidade do rock”, a abrigar o Rock in Rio, foi demolida depois do evento, por ordens do então governador Leonel Brizola. O espaço só voltaria a ser reconstruído na edição de 2001.
  16. A edição com o maior público total foi a de 1985, com 1 milhão e trezentas e oitenta mil pessoas. Mas a edição com a maior média diária foi a de 2001, com um público de 176 mil pessoas/dia. 
  17. A menor média de público ocorreu no festival realizado em Las Vegas, apenas 172 mil pessoas compareceram aos 4 dias de evento, resultando em uma média diária de apenas 43 mil pessoas.
  18. Em 11/01/1985, Queen e Iron Maiden, se apresentaram para um público de mais de 300 mil pessoas.
  19. Em 2011, a apresentação do Guns’n Roses, que fechou o festival, começou com quase 2h40 de atraso, e como se já não bastasse isso, a chuva e a falta de empolgação do vocalista Axl Rose, resultaram em uma experiência não muito boa para o público presente. Mas vale lembrar que a banda Guns’n Roses é famosa pelos mega atrasos.
  20. Na tarde do dia 11/01/1985, o cantor Ney Matogrosso subia ao palco, se tornando assim, o primeiro artista a se apresentar na história do festival.
  21. Atualmente a edição brasileira do festival, é realizada no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, e compreende uma área de 385 mil m², ou seja, é uma verdadeira cidade. Além do tamanho, o evento também se destaca pela qualidade da estrutura, como por exemplo os banheiros, que diferente da maioria dos festivais que utilizam banheiros químicos, o Rock in Rio disponibiliza banheiros semelhantes aos tradicionais. 
  22. Além da música, as edições atuais do festival contam com diversas opções temáticas, com destaque para a Roda Gigante, Montanha Russa, Mega Drop e Tirolesa.
  23. Quanto a alimentação, são dezenas de pontos de venda em locais abertos, além da Gourmet Square, uma praça de alimentação coberta para até 1.000 pessoas.
  24. A edição brasileira atual traz 5 palcos, sendo:

Palco Mundo: Local das principais atrações (bandas headliners).

Palco Sunset: Segundo em tamanho e importância, ficando atrás apenas do Palco Mundo.

Palco New Dance Order: Destinado a música eletrônica.

Palco Supernova: Destinado a artistas nacionais variados.

Palco Espaço Favela: Dedicado à música, cultura e gastronomia das comunidades.


Embora o nome do festival faça alusão ao “rock”, o mesmo nunca foi exclusivamente dedicado a esse gênero musical, com todas as edições tendo representantes de outras vertentes. Mas é inegável que nos últimos anos, a balança parece estar desequilibrada, pois os shows de rock estão cada vez mais raros.

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